FESTIVAL VILAR DE MOUROS VAI DECORRER DE 31 DE JULHO A 3 DE AGOSTO DE 2014

O Festival Vilar de Mouros vai regressar já no próximo ano. A organização está a cargo da AMA - Associação de Amigos do Autismo, através de um protocolo com a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros e a Câmara Municipal de Caminha. O festival de verão mais antigo de Portugal regressa com uma forte componente social, já que os lucros vão reverter na totalidade para a construção do novo edifício sede da AMA.

O Festival Vilar de Mouros 2014 foi apresentado hoje, numa conferência de imprensa, que decorreu em Caminha. O evento vai manter a mesma linha, ou seja, vai ser um festival de rock, transversal às várias gerações, mas voltado para uma causa social. Assim, a presidente da Câmara Municipal de Caminha enalteceu o "pioneirismo" da iniciativa. Segundo Júlia Paula Costa o objetivo é apostar na qualidade e na solidariedade, mantendo a identidade e a tradição do festival. "Enche-nos de orgulho que esta associação possa usufruir do lucro do festival", disse.

A presidente realçou ainda a necessidade de colocar de parte o preconceito. "Estamos a dar um grande passo contra o preconceito ao associar um grande festival a uma causa tão nobre" e rematou ao afirmar que esta é uma "aposta ganha".

Este é um projeto que está a ser trabalhado desde o início do ano, como explicou Sónia Fernandes, presidente da Junta de Vilar de Mouros. A Junta está em negociações com a AMA desde então e a presidente diz acreditar neste projeto que tem "um objetivo muito próprio". "Para o ano Vilar de Mouros vai ser uma realidade", afirmou. 

A ideia de fazer renascer o festival tem como base a construção do novo edifício sede da associação. De acordo com Marco Reis, presidente da AMA, este edifício, que pretende ser multifuncional, "é o primeiro pensado de raiz a nível nacional" com o objetivo de dar "respostas específicas para pessoas com autismo". Trata-se de um projeto orçado em 3,5 milhões de euros que terá vários recursos e serviços, como um Lar Residencial.

Assim, ainda segundo Marco Reis, todo o lucro do festival vai reverter para a AMA, que assegura a organização do evento. No entanto, o presidente reconheceu que "o projeto só é viável se continuar pelos próximos 4 anos". A ideia de fazer renascer o festival vem também no seguimento da política de autossustentabilidade assumida pela associação. "Somos uma instituição com 5 anos, que apesar de ser sem fins lucrativos, dá lucro".

Para já fica a ideia de que o cartaz está a ser desenvolvido e que de setembro a agosto vai ser desenvolvida uma dinâmica de divulgação a nível nacional, para dar a conhecer as bandas.

Marco Reis mencionou ainda que este festival vai ter uma zona VIP especialmente dedicada a pessoas com deficiência. "Vamos ter uma zona VIP para pessoas diferentes. Vai ser um espaço onde se sintam bem e possam aproveitar o festival", explicou. Ficou também a promessa de realizar "o melhor festival do ano. Vamos ser arrojados de início", afirmou o presidente da AMA.

O protocolo a assinar prevê também a atribuição de um subsídio no valor de 20 mil euros, pela Câmara Municipal de Caminha e pela AMA à Junta de Freguesia de Vilar de Mouros para intervenção no parque temático. O objetivo passa pela construção e manutenção de infraestruturas e logística que permitam a realização de atividades ao longo de todo o ano naquele espaço.